terça-feira, 21 de abril de 2009

INTRODUÇÃO

A Pulgatório, a nossa casa, faz 40 anos. Ao longo deste tempo, nossas vidas impregnaram cada parede, cada móvel e o próprio ar deste lugar com nossa alegria, nossa juventude, nossos dramas, nosso companheirismo e nossas festas. Difícil vislumbrar maneira melhor de romper o casulo da inocência do que viver em Ouro Preto como estudante. E mais difícil ainda é imaginar que esta travessia para a vida adulta possa ser feita em lugar melhor do que a República Pulgatório.

Não importa a data em que tivemos que deixá-la para seguir pela vida. A cada vez que retornamos, somos envolvidos pela juventude de nossos vinte, trinta, quarenta, cinquenta ou sessenta e tantos anos! E caímos na folia. Vivendo como antes por algumas horas, embalados pelo prazer de fazer parte de uma história que faz desta casa muito mais do que um abrigo para universitários: Um templo da amizade. As inúmeras diferenças entre cada um de nós perdem toda a importância frente aquilo que nos une: o orgulho de ser pulgatoriano, o carinho pela república, a saudade dos tempos em que viver era festejar, intermediado por alguns momentos de estudo, de vez em quando.

E vivendo sob o signo da leveza e da irresponsabilidade, construímos aqui um pedaço de nossas existências. Quase cento e cinquenta pessoas tiveram a ventura de passar alguns anos de suas vidas sob este teto. Todos com vigor, tempo, inconsequência, criatividade e disposição para rir da vida e transformar o cotidiano numa experiência divertida. Alguns, já mortos, permanecem em nossas memórias e nossos corações. Zé Flávio, Fininho (o primeiro), Abel, Xaxim, Risadinha, Francês e Dadó tiveram vida breve, mas tiveram a Pulgatório.

Desta turma toda, história para contar é o que não falta. E aqui está uma amostra, ínfima, destes quarenta anos. Lembrá-los é revivê-los. O que sempre fazemos a cada “bonde” na cozinha, a cada 12 de outubro, em cada roda de amigos nas incontáveis, memoráveis e insuperáveis festas da Pulgatório; ou simplesmente no encontro fortuito com outro pulga, em Ouro Preto ou em qualquer lugar do mundo. Mas, agora, temos um pedaço desta história eternizado em papel.

Que a leitura deste livro seja uma festa interior para cada um. Reconhecendo as aventuras, as habilidades, os delírios e as presepadas de si mesmo, de seus contemporâneos, dos amigos da república e de todos que vieram antes e depois de seu tempo na Pulgatório, esperamos que você chegue à última página satisfeito como o poeta que olhou para trás e gritou: “Confesso que vivi!”

Os editores

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